4 de jan. de 2010

Começando pelo que mais importa: comer, dormir e amar!




Nasceu nossa Helenoca! Relato de parto





Sim! Nasceu nossa querida e bochechuda Helena.
Nasceu em casa, em um parto relâmpago.
Senti contrações espaçadas e indolores na madrugada de domingo para segunda.
Pararam pela manhã.
Na hora do almoço voltaram, com intervalos de 10, 15 às vezes 20 minutos que me fizeram questionar até mesmo se eu estava em pródomos.
Mas à noite, as contrações estavam mais próximas e o Emerson me fez ligar para a Betina.
Por mim eu nem ligava, pois não estava botando a menor fé na coisa toda.
E olha que sou mãe de 2a viagem...
Para ver como cada parto é um parto!
Betina me aconselhou fazer uma visita para a Ana Clara, que mora aqui no prédio, para me movimentar um pouco e dar uma relaxada.
Fui, deixei o Emerson fazendo o João dormir e fiquei de papo com Ana e José, até que Betina me ligou de novo e notou que minhas contrações estavam espaçando.
Me mandou voltar já para casa e concentrar no processo, porque eu tinha relaxado demais, he, he, he... o papo tava bão, uai!
Cheguei em casa e como mágica as contrações voltaram com pouquíssimo intervalo.
Pouco depois chegou a Betina, que vinha me trazer o sonar, caso eu precisasse, durante a noite.
Ela resolveu fazer um toque, motivada pela frequência das contrações e já decidiu ficar, pois eu estava com 4 ou 5 de dilatação.
Ficamos conversando até não dar mais, fui tentar o chuveiro, fiquei um pouco até o dijuntor cair umas duas vezes, engatinhei até a sala e engatei no sofá, fiquei de quatro e de lá não saí mais.
A coisa toda estava tão intensa, tão intensa, tudo indo tão rápido e só o que eu pensava era: se isso for continuar por mais 8 horas como foi com o João, eu morro!
Mas eu pedi para Betina narrar o que estava acontecendo (eu estava dentro de mim mesma e não conseguia mais entender o que estava acontecendo) e ela me disse que eu já estava com quase 10cm de dilatação.
Pouco depois comecei a sentir vontade de fazer uma força diferente e meus gritos começaram a soar diferentes também. Sim, lá de dentro eu ouvia meus próprios gritos e foi quando comecei a sentir que estava empurrando o corpinho da Helana para baixo, para fora de mim.
Mais uns 5 empurrões e ouvi o povo dizer que a cabeça estava para fora.
Betina falou para eu dar tudo de mim e empurrar que o resto ia sair e saiu mesmo, de uma só vez.
Ela nasceu embrulhada na bolsa, o que foi providencial por conta do Streptococus positivo.
O povo deu bastante risada, pois disseram que ela parecia ensacada.
Helena chegou às 02:27h, super bem, chorou e foi acalentada pelo pai, já que eu não consegui sair da mesma posição até a saída da placenta. Colocaram ela nas minhas costas, já que eu continuava de quatro e depois ao meu lado, para que eu pudesse olhar o rostinho dela.
Nem dei muita bola, pois eu ainda estava bem grogue e não conseguia tomar a atitude de sair daquela posição.
Ouvi a Betina e a Cintia conversando com o Emerson sobre ele cortar o cordão. Ele cortou. O Cacá chegou em seguida e a examinou, pesou e mediu. 3450kg, 50cm. e todo o resto normal.
Betina e minha doula-amiga-irmã, Cintia, me limparam o suficiente para que eu pudesse deitar e colocar a Helena para mamar.
E lá veio ela para o peito.
Parece que meus filhos já vêm treinados, he, he, he..
Mamou super bem e quando era por volta das 4h00, Betina e Cacá foram embora embaixo daquela chuva torrencial que alagou a cidade inteira.
Acho que a velocidade com que o parto se desenvolveu fez com que a minha sensação de dor fosse bem mais forte do que no parto do João, mas mesmo assim não houve laceração.
E quando penso que tudo (as horas de real dor) não chegou a durar 3 horas, me dou conta de que tive mesmo sorte.
Todos se foram e ficamos nós no conforto do nosso lar, sem nenhuma enfermeira enxerida ou qualquer regra imposta por outra pessoa ou instituição.
Que coisa boa!...Essa parte fez com que tudo tivesse valido à pena.
Incrível a diferença do relato do parto da Helena para o do João, que foi bem mais comprido e romântico, engraçado...
Acho que 3 anos na função de mãe me tornaram uma mulher excessivamente prática.
Bem, para os que estão se perguntando onde estava João no meio dessa panacéia, o cara estava dormindo em nosso quarto e apesar dos gritos e gemidos da mãe em trabalho de parto, ele só acordou uma vez, pediu leite e voltou a dormir sem nenhum interesse em sair do quarto.
Ainda bem, pois é claro que isso me preocupava.
E a crise de medo do parto que tive há alguns meses atrás?
Se justificou?
Sim, exatamente como eu lembrava doeu muuuuito, não tinha como voltar atrás e sim, tive medo de morrer, tamanha a intensidade que carrega o parir.
Mas também como eu lembrava essa parte já ficou para trás e uma nova fase bem mais longa e MUITO mais gostosa do que o trabalho de parto está se iniciando à nossa frente: A vida que a Helena tem pela frente, junto à nós.

Aniversário da Adriana parte 2